A queixa de tremor é bastante frequente no dia-a-dia, independente de idade, sexo, cor ou classe social. Pode ser algo corriqueiro ou infrequente, abrupto ou insidioso, discreto ou chamativo, focal ou generalizado, ou até mesmo “provocável”.
No entanto, é difícil não se pensar que uma pessoa idosa que começa a tremer pode ter a Doença de Parkinson. Não há problema algum em ter esse pensamento, mas não só a Doença de Parkinson causa tremores e mesmo quem não treme pode ter Doença de Parkinson.
Imagino que possa ter ficado um pouco confuso, afinal “Parkinson é igual a tremor”. Não necessariamente. O termo Parkinsonismo serve justamente para auxiliar o médico e o paciente a esmiuçar os sintomas e ter uma assertiva mais correta quando do diagnóstico.
Parkinsonismo engloba os 4 principais sintomas da Doença de Parkinson: Bradicinesia (Lentificação de movimento), Tremor, Rigidez e Instabilidade postural. No entanto, a forma como estes sintomas se apresentam é que guiará o diagnóstico.
Existem várias condições que causam Parkinsonismo: Doenças Vasculares, Algumas medicações, Tumores, Doenças de Depósito, Abstinência de substâncias, Intoxicações, Alterações estruturais do Cérebro e Doenças Neurodegenerativas, que inclui a Doença de Parkinson.
Uma avaliação aprofundada, que cheque de forma cronológica a apresentação dos sintomas e suas características, medicações em uso, um exame físico neurológico minucioso e exames complementares são necessários para que o diagnóstico correto possa ser feito.
Então, ao notar o aparecimento de um tremor, principalmente se a pessoa for idosa, a conclusão de que “tudo que treme é Parkinson” é equivocada, e o diagnóstico precisa ser revisado em caso de aparecimento de um novo sintoma ou de resposta inadequada às terapêuticas.