Segundo dados da UNA-SUS de 2019 (Ministério da Saúde), 7,4% dos brasileiros possuem alguma forma de Diabetes Mellitus, e este número assombroso possivelmente aumentou em 2020.
A Diabetes é uma doença que dificulta o manejo da glicose no nosso organismo, e a glicose é o produto final dos carboidratos que ingerimos (como por exemplo: açúcar, trigo, milho, arroz e algumas raízes como batata e cenoura). Essa dificuldade de manejo pode se dar por resistência à entrada da glicose na célula ou por ausência do facilitador da entrada da glicose (falta de insulina).
Por si só, o aumento de açúcar no sangue pode não parecer um problema importante, mas ela em excesso leva a um efeito semelhante à ferrugem na parede dos vasos sanguíneos, dificultando com que o sangue chegue a todos os espaços do nosso corpo.
Existem alguns órgãos que são de maior propensão a sofrerem com a Diabetes, como Coração, Rins, Olhos e Cérebro, aumentando o risco de infarto, doença renal crônica (podendo chegar à diálise), cegueira e AVC.
Dentre os outros órgãos que são afetados estão os nervos periféricos, ocasionando a Neuropatia Diabética. Chama-se de “nervo periférico” aquele que sai da medula em direção ao qualquer região do corpo. Eles são afetados pelo mesmo mecanismo de “ferrugem” do vaso, de modo que o nervo não mais consegue ser nutrido e consequentemente não consegue realizar sua função adequadamente.
Quando isso acontece, o indivíduo pode sentir uma série de alterações em seu organismo que podem passar despercebidos. Os sintomas mais comuns são diminuição de sensibilidade nos pés, associado a alteração da cor das pernas, muitas vezes com a perda da pelugem que antes existia, além da Parestesia .
Parestesia é o termo médico que denota alteração da percepção da sensibilidade, geralmente com formigamento, mas inclui outras sensações, como queimação, choque ou dor. Essa sensação é bastante comum em quem tem Neuropatia Diabética, sendo mais comum no período noturno, e mais ainda quando se vai dormir, e pode ser bastante incômoda, atrapalhando inclusive na qualidade do sono.
A Neuropatia Diabética possui tratamento voltado para melhorar as sensações incômodas (parestesia), apesar de não conseguirmos reverter a perda da sensibilidade. No entanto, a principal parte do tratamento é evitar que haja progressão do problema, e isto é feito com controle adequado da glicemia.