Existem diversos tipos diferentes de Epilepsia, mas uma merece atenção especial por ser muito comum e causar grandes sustos em pais e familiares dos pacientes. Vamos falar sobre “Epilepsia Mioclônica Juvenil“.
Podemos categorizar as Causas de Epilepsias de forma didática em Estruturais, Genéticas, Metabólicas e Idiopáticas, mas para explicar melhor cada uma delas, vamos organizar o raciocínio:
- Epilepsia Estrutural: São epilepsias geradas após uma lesão anatômica no cérebro, como um trauma, um AVC, um Tumor ou uma malformação ao nascimento.
- Epilepsia Genética: São epilepsias geradas por uma alteração genética, que pode ou não causar outros sintomas não-neurológicos no paciente
- Epilepsia Metabólica: São epilepsias cuja causa se dá por alterações a nível molecular, como em receptores ou neurotransmissores, ou por alterações em outros órgãos que acabam por modificar a forma como o Cérebro se comporta, por exemplo no caso de pacientes com Cirrose Hepática.
- Epilepsia Idiopática: São epilepsias em que mesmo após investigação e estudos com vários pacientes, não se sabe ainda a causa precisa.
A Epilepsia Mioclônica Juvenil se encaixaria entre a Epilepsia Idiopática e a Genética, já que cada vez mais a medicina se aprimora e começa a encontrar possíveis genes causadores desta Epilepsia, e se caracteriza pelo aparecimento de crises convulsivas generalizadas do tipo tônico-clônica (em que a crise já se inicia com perda de consciência e movimentos abruptos dos 4 membros, antigamente conhecida como “grande mal”) podendo ainda apresentar mioclonias (movimentos abruptos de grupamentos musculares) e crises de ausência (em que a pessoa se desliga por alguns poucos segundos e retorna em seguida, tendo a impressão que o tempo passou).
Como o próprio nome diz, ela tende a se iniciar na adolescência, com idade média de início aos 15 anos de idade, sendo muitas vezes a “Primeira Crise Convulsiva do Adolescente“, o diagnóstico normalmente acontece entre 12 e 18 anos de idade, mas há relato na literatura de se iniciar desde os 5 anos de idade até os 34 anos.
O diagnóstico é feito a partir de dados clínicos e de resultados de exames, principalmente do Eletroencefalograma (EEG) bem feito, com a sensibilidade sendo mais alta ao realizar o exame durante a noite. O tratamento tende a trazer bastante qualidade de vida ao paciente, com a maioria apresentando remissão das crises convulsivas com uso de medicações e por vezes sendo possível a retirada da medicação após alguns anos sem crise convulsiva.