Todo mundo já ouviu falar em Doença de Alzheimer, que causa esquecimentos e alterações na funcionalidade do dia-a-dia de quem a possui. Mas você já ouviu falar em Alois Alzheimer?
Alois (Aloysius) Alzheimer foi um psiquiatra e neuropatologista alemão, nascido em 14 de junho de 1864, ainda antes da unificação alemã, no Reino da Baviera. Iniciou seus estudos em Medicina na Universidade Humboldt de Berlim em 1883 e recebeu o título de “Doutor em Medicina” em 1887, com apenas 23 anos.
Em 1888, decidiu focar sua assistência a mulheres com doenças mentais, posteriormente assumindo cargo no “asilo mental” da cidade de Frankfurt, onde trabalhou com Franz Nissl (neurologista). Juntos, conduziram pesquisas sobre patologias do sistema nervoso, com enfoque na comparação da anatomia normal e patológica do cérebro.
Em 1901, uma das pacientes do asilo chamou atenção de Alzheimer e seus colegas, era Auguste Deter, de 51 anos. Ela apresentava sintomas comportamentais e perda de memória de curto prazo, e recebeu os cuidados do asilo até seu falecimento em 1906. Devido ao preço elevado do asilo, Alzheimer fez um acordo para mantê-la sob seus cuidados e de seus colegas, com a intenção de receber seus registros médicos e o cérebro após seu falecimento. Deste modo, conseguiu analisar em laboratório as alterações cerebrais de Auguste Deter, quando identificou as alterações patológicas típicas da doença que mais tarde recebeu seu nome: Placas Amilóides e Emaranhados Neurofibrilares.
Além de ter sido o primeiro médico a relatar as alterações patológicas da Doença de Alzheimer, Alois Alzheimer também foi um médico que tentou mudar paradigmas do tratamento de pacientes psiquiátricos. Era contra as características dos “sanatórios” da época, optando pelo princípio da “não restrição” (à época, era comum os pacientes psiquiátricos de sanatórios e manicômios ficarem amarrados, presos e isolados), do uso de terapias de entrevista e pela busca de causas orgânicas para as doenças mentais. Sua relação com Franz Nissl foi de suma importância e foram “fundadores” da Histopatologia do Córtex Cerebral.
Faleceu em 1915 aos 51 anos por Insuficiência Cardíaca, possivelmente secundária a uma inflamação do coração causada por Febre Reumática, três anos após chegar à Universidade de Breslau, onde havia sido nomeado Professor de Psiquiatria.
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